sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Resenha dos Capítulos VII A X (pág. 123 a 172)


Referência bibliográfica do livro:SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.

Foi na Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente(Rio 92), que surgiu a idéia de definir padrões sustentáveis de desenvolvimento considerando a tríade eqüidade social, prudência ecológica e eficiência econômica, levando em consideração aspectos ambientais, econômicos, sociais, éticos e culturais.
Embora que difíceis de estabelecer, até porque a preocupação em mensurar o que é sustentável é relativamente recente, os indicadores de sustentabilidade não são apenas necessários, mas indispensáveis para fundamentar decisões em diversas áreas de atuação dos agentes em nível local, regional e nacional.
Não obstante a necessidade de quantificar a informação que servirá de base para a análise e implantação de medidas que visam a melhora do nível ou padrão de sustentabilidade de um determinado extrato(cidade, região, país), o uso de índices e indicadores é matéria ainda não pacificada entre os estudiosos, pois, mesmo sendo inegável que há vantagens no uso dessas ferramentas, não podemos, por outro lado, esquecer as desvantagens que se fazem presentes, tais como: dificuldade em traduzir matematicamente os parâmetros selecionados, perda relativa de informação no processo de agregação de dados e dificuldade na aplicação em determinadas áreas como o ordenamento do território e paisagem. Para minimizar esses problemas, Bossel (1999), desenvolveu um modelo em que são consideradas variáveis como eficiência e eficácia, liberdade para promover alterações, adaptabilidade e segurança entre outros. Para isso, Bossel estabeleceu questões-chave relacionadas a essas variáveis na forma de perguntas:
Há mensurações relevantes(eficiência/eficácia)? Existe a necessária liberdade para responder a mudanças(liberdade para promover alterações)? Pode ser adaptável a desafios(adaptabilidade)? É seguro e estável(segurança)?
Dada a importância cada vez maior de um conceito de desenvolvimento sustentável, os indicadores de sustentabilidade devem permitir vigilância, comunicação e acessibilidade da informação técnica e científica para diferentes grupos de usuários, permitindo-lhes traçar uma perfeita correlação de causa e efeito em eventos e contextos aparentemente diferentes. Integrar um número elevado de informações multidisciplinares, de forma coerente, para um público não especialista, é o grande desafio para o desenvolvimento de um sistema de indicadores enxutos e sintéticos, capazes de comunicar realidades complexas de forma resumida.
Informar bem, usando indicadores simples ou complexos, implica em responder às expectativas e reivindicações dos diversos stakeholders, mostrando-lhes, de forma a mais precisa possível, que os resultados foram atingidos conforme estratégias previamente definidas.
As melhores práticas para se alcançar esses objetivos ainda deverão ser descobertas. Hoje ainda estamos sistematizando os conceitos e as informações e estabelecendo padrões que deverão ser aperfeiçoados pela troca de informações e experiências para que tenhamos um modelo mais adequado de mensuração da sustentabilidade.
Talvez o maior desafio aqui seja simplificar sem restringir o essencial, pois os indicadores de sustentabilidade devem integrar as diversas dimensões que a envolvem: cultural, espacial, econômica, social e ambiental e a interdependência entre essas variáveis.

fonte: Jornal "Valor Econômico", ed. 2118, ano 9, 20.10.2008, pág. G2

Resumo
Já está em fase de avaliação jurídica no Ministério do Trabalho e Emprego(MTE) a proposta do texto normativo que definirá um Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário. Buscando metodologia semelhante a utilizada para a regulamentação da agricultura orgânica, os agentes envolvidos pretendem que o texto seja rapidamente transformado em lei.Bastante discutido desde 2002 em seminários nacionais, regionais e estaduais, em consultas públicas, debates, feiras e encontros de economia solidária e agricultura familiar, em 2006 foi criado Grupo de Trabalho para redigir a proposta que ora está em análise.Embora que já tenha cerca de quatro décadas como alternativa de parceria negocial, o comércio justo foi inicialmente utilizado por varejistas quando criaram as centrais de compras. A partir dos anos 1980 a expansão dessa modalidade de comércio levou a criação de diversos selos de certificações para identificar produtos feitos por cooperativas e associações. Em conseqüência os negócios extrapolaram fronteiras e o intercâmbio internaiconal de mercadorias produzidas e comercializadas dessa forma aumentou, atraindo a atenção de grandes redes como a Wal-Mart.Diversos atores sociais foram então atraídos para promover apoio a grupos de produtores, incentivando o manejo sustentável da produção. Produtos como o mel, sacos de lixo e panos de prato estão entre os de maior demanda na Rede Pão de Açúcar, mantenedora do programa Caras do Brasil que apóia cerca de 87 comunidades que fornecem para 37 lojas do grupo. O programa movimenta cerca de R$2 milhões, bem mais que os hoje modestos R$167 mil quando de sua implantação.Infelizmente as pesquisas têm demonstrado que a informação no ponto de venda ainda deixa a desejar porque os varejistas entendem que o formato e o retorno dessa forma de comercialização ainda não justificam investimentos em publicidade. Isso deixa o consumidor sem informações suficientes sobre a produção e comercialização desses produtos. Talvez por isso o estímulo ao desenvolvimento de produtos e serviços sustentáveis seja insuficiente para o aumento de sua produção já que seus diferenciais , por falta de informações, não são facilmente percebidos pelo público consumidor, fato que nivela esses produtos e serviços com aqueles produzidos/comercializados sem a observância de parâmetros de sustentabilidade.

Análise crítica
Entendemos que a sustentabilidade, com tudo que ela envolve, começa a sair do modismo, mais restrito a um grupo pequeno e específico de pessoas, e torna-se, a passos largos, preocupação cotidiana de uma parcela cada vez maior da população.No entanto, todo o esforço para alcançar, de forma rápida, mais e mais extratos da população consumidora, pode se esboroar na falta de clareza das informações a respeito da forma de produzir e comercializar bens e serviços ambientalmente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis. Definir claramente os indicadores a serem observados no processo produtivo e de comercialização não interessa somente a quem produz. É fundamental mesmo que todos os agentes sociais sejam informados, de forma clara, a respeito desses indicadores observados no processo de produção e comercialização, fatores que, sem dúvida irão colaborar para o círculo virtuoso do consumo consciente. Como grande parte dos produtores de bens e prestadores de serviços são de mini, micro e pequenos, o desafio das organizações parceiras é estabelcer índices e indicadores facilmente inteligíveis e aplicáveis.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Resenha dos Capítulos V e VI (pág. 89 a 121)


Referência bibliográfica do livro:SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.


O capítulo V trata da relação entre economia e desenvolvimento sustentável visando à construção de uma sociedade mais justa no decorrer do tempo. Para isso procurou-se relacionar os interesses econômicos com os interesses dos demais aspectos apresentados no conceito de sustentabilidade, sugerindo alternativas sustentáveis para os diversos dilemas e paradoxos que envolvem a interface dos interesses econômicos com a saúde, a educação, a cultura e o meio ambiente.
No cenário atual a qualidade de vida é frequentemente sacrificada em nome de uma noção vagamente definida de progresso. As decisões relacionadas ao uso dos recursos são tomadas em benefícios de alguns poucos em curto prazo, ao invés de todos, em longo prazo. Deve-se portanto buscar a harmonia entre os setores da sociedade, de modo local e depois globalmente. De fato, em um mundo que se transformou numa aldeia global, cooperação é o único meio de sobrevivência.
O equilíbrio entre a dimensão econômica e as demais dimensões da sustentabilidade surge como uma alternativa absolutamente fundamental para a manutenção de vida. Portanto, deve-se incentivar a tomada de ações que tragam resultados palpáveis, que permitam o progresso econômico e o aprimoramento da qualidade de vida das pessoas, sem prejudicar as futuras gerações.
O capítulo VI discute a relação entre sustentabilidade e educação, fazendo paralelos desta com as dimensões econômicas, espacial, cultural e da saúde. Os progressos alcançados pela sociedade do conhecimento, o esgotamento de recursos e os danos provocados ao meio ambiente devido ao processo produtivo, na busca de enriquecimento fizeram no mínimo questionar os modelos econômicos atualmente empregados.
As distorções causadas pelos modelos adotados acabam por fazer emergir problemas sociais graves tais como a pobreza, a fome, a miséria e que acabam por traduzir-se em violência, perceptíveis em todas as camadas sociais. Para que ocorra essa transformação, no modelo econômico, ou para ao menos garantir essa sustentabilidade é que a educação desempenha um papel fundamental em todas as camadas da população. A educação diz respeito a todos e no decorrer de toda a vida.
O surgimento de um novo paradigma educacional na sociedade do conhecimento pôs à mostra as interfaces da educação com as demais dimensões da sustentabilidade. Com base em uma nova visão de educação, surgem propostas e preocupações que podem assegurar o desenvolvimento de uma região de forma holística, total, integrada. As leis, projetos e decisões devem ser adotados, alicerçados nessas perspectivas. Não há ações independentes, pelo contrário, a preocupação em perceber as interfaces será condição para eficácia das medidas adotadas.

Matéria: Desmatamento gera mais perdas para economia do que mercados, diz estudo
http://www.folha.com.br/
Richard Black da BBC News
10 de outubro de 2008

Resumo
Segundo a matéria publicada por Richard Black da BBC News a economia vem tendo perdas maiores com o desmatamento do que com a crise econômica nos dias de hoje. Isto porque quando as florestas são destruídas, a natureza pára de fornecer serviços que normalmente oferecem de graça como água limpa e a absorção do dióxido de carbono.. Sendo assim o homem tem de passar a produzir tais serviços seja pela construção de reservatórios ou de estruturas para seqüestrar dióxido de carbono ou áreas para o plantio que antes estavam disponíveis naturalmente. Como sempre, os mais atingidos pela degradação do ambiente são os mais pobres.

Análise Crítica
Os arguementos apresentados na matéria vem de encontro aos fatos citados pelo autor do livro. Enquanto de um lado temos os economistas que defendem o uso dos recursos naturais para alavancar o desenvolvimento econômico, temos do outro lado os ambientalistas que defendem a preservação dos recursos naturais, que são escassos, com foco na preservação das vidas futuras. É preciso buscar-se um ponto de equilíbrio entre desenvolvimento e preservação. Uma possibilidade seria o estabelecimento de políticas de geração de riquezas, tendo como base o risco de exaustão total que os recursos escassos têm. Como a implantação dessas políticas é feita de forma lenta, seria interessante o fortalecimento de programas como a reciclagem do lixo, o reflorestamento, o controle da emissão de CO2, etc.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Resenha dos capítulos III e IV (páginas 48 a 87)

Referência bibliográfica do livro:SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.


Capítulo III - A questão espacial do desenvolvimento sustentável: caraterísticas e limitações
O conceito de sustentabilidade espacial refere-se à capacidade de suporte do planeta ,ante o crescimento desenfreado da população e suas conseqüentes características como a ocupação irregular do espaço , migração, entre outros fatores. A degradação ambiental por conta da ocupação desordenada do espaço urbano tem como conseqüência a perda da qualidade de vida dos cidadãos. Alguns autores referem-se à sustentabilidade espacial como a capacidade de promover o equilíbrio entre o meio rural e o urbano , a fim de evitar os impactos negativos da hiperurbanização , priorizando novas formas de civilização, alicerçadas no uso sustentável de recursos renováveis. Os autores do livro dividem o meio ambiente de uma comunidade em:
Ambiente Natural : solo, água, ar, flora e fauna.
Ambiente Cultural: integrado pelo patrimônio artístico, histórico, turístico, paisagístico e espeleológico (estudo e exploração das cavidades naturais).
Ambiente Artificial: formado pelo espaço urbano construído, ruas , praças, áreas verdes, etc.
A sustentabilidade espacial, de acordo com os autores , significa usar o território em conformidade com as suas reais potencialidades desconcentrando a população das metrópoles para o espaço rural ,apoiando de forma diferenciada as regiões com maior concentração de pobreza e menor ritmo de crescimento econômico. “Uma sociedade sustentável é projetada de tal forma que seu modo de vida, seus negócios, sua economia, sua estrutura física ,sua tecnologia não interfiram com a inerente habilidade da natureza em manter a teia da vida”(CAPRA,2005).Os deslocamentos do potencial de trabalho para as regiões metropolitanas criaram o fenômeno grangrenado da marginalização–desemprego, subemprego e favelização.
No capítulo IV os autores dissertam sobre a aplicabilidade das normas constitucionais e o papel do Estado conforme os direitos assegurados no Artigo 225 : “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado ,bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida , impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Conquistar e manter o desenvolvimento sustentável significa construir sociedades que satisfaçam suas aspirações e necessidades no presente, sem diminuir as chances de iguais privilégios para as gerações futuras. Portanto,o desenvolvimento sustentável é um direito humano fundamental e o Estado tem o dever de atuar positivamente na sua realização, por meio de políticas públicas que satisfaçam as suas diversas dimensões previstas na Constituição. O conceito já consagrado mundialmente deve ser sempre lembrado: pensar globalmente e agir localmente. E ressaltando os ensinamento do Cacique Seattle - “Tudo está relacionado entre si. Tudo o que fere a terra , fere também os filhos da terra”.

Matéria : Trinta anos de abandono
http://www.vivafavela.com.br/
Autor: Walter Mesquita – 23/09/2008
Resumo
A matéria retrata a vida de moradores da favela da Fazendinha no Complexo do Alemão, com suas cenas rotineiras de uma comunidade esquecida pelo Poder Público.
A reclamação constante dos moradores é igual a de os moradores de outras favelas brasileiras – descaso. A Fazendinha conta até com uma Associação de Moradores que briga por melhores condições para a comunidade.
A matéria sustenta e ilustra a tese defendida no livro de que uma ocupação desordenada acarreta problemas sérios de difícil solução e que junto ao desenvolvimento sustentável do meio ambiente não podemos nos esquecer do desenvolvimento social do ser humano. O primeiro depende muito do segundo. Para ajudar os moradores da Fazendinha a EMOP,empresa responsável pela obras do Programa de Aceleração do Crescimento já acenou com a revitalização do lixão da favela e pretendendo transformar em horta comunitária gerando assim ,além dos benéficios ao meio ambiente e à saúde , emprego e renda.

Análise Crítica
A migração para os grandes centros está ligada historicamente às péssimas condições de vida existentes na zona rural. Essas condições se originam em função de uma estrutura fundiária bastante concentrada, dos baixos salários pagos ao trabalhadores , da falta de apoio aos pequenos agricultores, etc . Dessa forma há uma grande transferência de população para as cidades criando uma série de problemas urbanos.
O crescimento das cidades nos países subdesenvolvidos ,além de muito concentrado espacialmente ,foi rápido e desordenado. Como a capacidade de absorver uma quantidade grande de migrantes é pequena ,o desemprego se torna cada vez maior e o subemprego é a saída para milhares de pessoas que vivem na informalidade. Com os baixos rendimentos e sem condições de pagar por moradias dignas , proliferam-se as favelas, os cortiços, os abrigos debaixo de pontes e viadutos. É a face mais visível do crescimento desordenado . Cria-se assim, um meio social extremamente favorável à violência urbana.
Portanto, a sustentabilidade espacial preconiza principalmente que haja mais preocupação com o uso correto do território e com atitude crítica de que é necessário parar de forma rápida o crescimento desordenado das metrópoles e procurar soluções inovadoras para os problemas já existentes nas mesmas ,equacionando o meio urbano e meio rural.
A sustentabilidade não é só ambiental .É preciso repensar a situação real e entender que o espaço em que vivemos é resultado de como vivemos. Se há harmonia entre meio ambiente e o ser humano , a sustentabilidade se torna fácil .O estudo e o entendimento da ecologia urbana é só o começo para evitar o colapso nas cidades.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Resenha dos capítulos I e II (páginas 15 a 47)


Referência bibliográfica do livro:
SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.

O livro se propõe a discutir a interação das dimensões do desenvolvimento sustentável enfocando sua interdependência para a sustentação de um modelo analítico. Não deixa de registrar também a dificuldade em lidar com o desenvolvimento sustentável. A interação ocorre devido a dependência entre as dimensões que envolvem o tema. Um dos vários exemplos que se pode citar é a relação entre saúde e economia. É preciso investir em saúde, mas para isso é preciso possuir recursos da economia. Contudo, a saúde condiciona o ritmo da economia e é condicionada por ela. Portanto, o tema é complexo, interdependente, com diversas variáveis que se inter-relacionam.
O primeiro capítulo expõe as bases do modelo analítico de acompanhamento e avaliação do desenvolvimento sustentável, na forma de um roteiro para monitoramento contínuo com a comunidade. O modelo parte de três pressupostos: integrar as dimensões, ser um processo adaptativo e ocorrer em um determinado local.
O segundo capítulo trata da definição de cultura e sua interação com as outras dimensões. Quanto á dimensão cultural do desenvolvimento sustentável, o conceito de cultura possui relação com proximidade, com o ambiente geográfico, com o local. Cultura se identifica com uma certa delimitação de espaço, de conhecimento ou de agrupamento social. Neste capítulo aprofunda-se nos conceitos de cultura e diversidade cultural, sem se esquecer das dimensões propostas para o desenvolvimento sustentável, demonstrando sua importância para a sustentabilidade. O termo cultura é tratado e interpretado sob os conceitos das diferentes ciências, especialmente pela filosofia, antropologia e sociologia. De uma forma múltipla, mostra sua diversidade e abrangência que influencia sobremaneira o desenvolvimento de uma comunidade.
“A sustentabilidade cultural relaciona-se com a capacidade de manter a diversidade de culturas, valores e práticas no planeta, no país e/ou numa região , que compõem, no decorrer do tempo, a identidade dos povos”. ( Agenda 21 da Cultura. Barcelona, maio de 2004).
Trata-se também da Agenda 21 da Cultura, de forma positiva relaciona sua importância na condução das políticas de desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 proclama a diversidade cultural como necessidade básica e traz diversas recomendações para os governos locais, estaduais, federais e organizações internacionais.
No que se refere a dimensão cultural do desenvolvimento sustentável e sua interação com outras dimensões, a obra expõe de forma clara e precisa todas suas facetas, juntamente com as políticas públicas que garantem e viabilizam sua execução na prática, e é com certeza fator fundamental para o desenvolvimento sustentável das cidades e regiões.
Finalmente, expõe o valor da diversidade cultural e como lidar com ela, do ponto de vista econômico, ambiental e social deixando claro que o importante é buscar o equilíbrio entre todas as dimensões que envolvem o desenvolvimento sustentável.

Matéria: “Condomínio ‘verde’ leva multa por cortes de árvores” e
“ Diretor de condomínio ‘verde’ diz que área era degradada”
Folha de São Paulo de 01/09/2008
Autor: José Ernesto Credêndio

Resumo
A matéria trata de uma multa aplicada pela prefeitura da cidade de São Paulo a um megaempreendimento imobiliário na capital paulista por ter cortado árvores para execução do projeto. A área é proporcional a de alguns bairros da zona sul e um dos apelos dos empreendedores é justamente a preservação do ambiente.
Porém, o diretor do empreendimento diz que a área já era degradada e que as árvores cortadas serão repostas no programa de compensação entre a empresa e a prefeitura. Além disso, ele argumenta que se enquadrará na agenda ambiental da Secretaria do Verde e do meio ambiente – um tipo de protocolo no uso de técnicas e materiais que diminuem o impacto ambiental.

Análise Crítica
A primeira parte da matéria trata do assunto como um desrespeito ao meio ambiente. Mostra a força do capitalismo para a execução de projetos milionários, que causam grandes danos ao ambiente. Já na segunda parte mostra todas as justificativas por parte da empresa que diz seguir as normas impostas pelos órgãos públicos.
Para nós, que estamos acostumados a ver cada vez mais a degradação do meio ambiente, fica a impressão de que é mais uma polêmica em que prevalecerá a força do capital, infelizmente.
Os fatos apresentados na matéria sustentam o que o livro propõe no que se refere a legislação e ao próprio meio ambiente, ou seja, cultura e espaço. Assim como no livro, leis sobre o assunto não faltam, porém o que sobram são justificativas e ‘jeitinhos’ para não cumpri-las.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Brasil emite menos gás carbônico que a média mundial

Estadão Online de 09.05.2008

Resumo
Segundo dados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal responsável pelo planejamento do setor energético do país, o Brasil está em situação confortável em termos de emissão de gases de efeito estufa, devido á grande parcela de geração de energia renovável. O Brasil emitiu o equivalente a 1,84 tonelada de gás carbônico (CO2) por habitante em 2007 enquanto que os EUA emitiram 19,61 toneladas por habitante no mesmo período. O dióxido de carbono é o principal gás responsável pelo aquecimento global. A vantagem brasileira é que o
país pode aumentar a oferta de energia renovável, principalmente hidrelétrica e de biomassa.
Existem vários parâmetros para comparar a emissão de gases poluentes. Se levarmos em conta quantidade de riquezas geradas, a situação do Brasil é menos favorável em relação ao Japão, por exemplo. Já os EUA são os maiores poluidores mundiais, porém considerando as riquezas geradas, a situação americana se torna mais confortável.

Análise Crítica
A reportagem é esclarecedora quanto ao fato do Brasil emitir menos gás carbônico que a média mundial devido ao fato de possuir oferta de energia renovável, principalmente hidrelétrica e de biomassa. A vantagem é que esta energia renovável não sacrificam o consumidor. Nesta perspectiva fica claro a importância da preservação do meio ambiente juntamente com crescimento econômico equilibrado.
O tema é de grande importância, tendo em vista que a relação equilibrada entre o econômico, o social e o meio ambiente não tem sido uma discussão fácil. Atualmente não podemos pensar a curto prazo ao se tratar de assunto ligados á preservação do planeta, pois sabemos que os recursos da terra não são inesgotáveis.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A evolução da coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos urbanos no Brasil


Matéria publicada no site http://www.ambienteemfoco.com.br/
Abril/2008

Resumo
Com a coleta seletiva o que era lixo se transforma em matéria-prima, em novo insumo para indústria, sendo re-introduzido no ciclo produtivo. A coleta seletiva no Brasil tem sido mais intensa nos últimos 7 anos e tende a crescer com o envolvimento da população, tanto no processo de seleção do lixo em casa quanto na cobrança de ações pró-ativas por parte dos governantes. Os programas de maior êxito são os de parcerias entre prefeituras e cooperativas de catadores.
No Brasil, a reciclagem de lixo gira em torno de 12%, porém alguns materiais tais como latinhas de alumínio, papelão e plástico tipo PET apresentam índices equivalentes aos mais elevados do mundo. O interesse pela reciclagem de pneus também tem avançado, com investimentos na área para reaproveitamento da borracha para diversos fins. A reciclagem de eletroeletrônicos começa a avançar, dependendo ainda de incentivos do governo.

Análise Crítica

O artigo nos mostra que o Brasil está em uma posição melhor do que muitos de nós pensávamos em relação á reciclagem e á coleta seletiva de lixo. Além dos benefícios ambientais, destaca também a geração de empregos e renda para as camadas menos favorecidas, principalmente os catadores de materiais recicláveis.
Apesar de tratar o assunto de uma forma positiva, deixa claro que é preciso avançar mais, por uma melhoria contínua deste sistema. A população está cada vez mais consciente da necessidade de reaproveitamento, passando a cobrar dos órgãos competentes maior envolvimento com as causas sócio-ambientais.
Artigos como este é importante para tomarmos conhecimento do que está sendo feito neste campo tão vasto, e principalmente para termos consciência de que muito ainda pode ser feito, agindo e cobrando ações dos órgãos públicos.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Cana invade zona biodiversa do cerrado




















Folha de São Paulo – 12 de abril de 2008
Autor: Pablo Solano

Resumo
Segundo dados do Instituto, Sociedade, População e Natureza (ISPN) 142 mil hectares de cerrado, considerados prioritários em termos de conservação foram transformados em canavial na safra 2006/2007.O cerrado é o segundo bioma mais ameaçado pelo desmatamento no Brasil, ficando atrás somente da mata atlântica. Ambientalistas temem que a febre dos biocombustíveis acelere a devastação empurrando a pecuária para a região da Amazônia. De acordo com um mapeamento feito através de um sistema de sensoriamento remoto, oito estados brasileiros devem receber prioridade para o estabelecimento de unidades de conservação. A lista é liderada por São Paulo, seguido por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso de Sul. A solução depende de políticas do governo para incentivar a expansão da cana em áreas subutilizadas.
Em Sertãozinho (SP), duas áreas prioritárias para a preservação estão sendo ocupadas pela cana. Na região de Goianésia (GO) é onde existem mais áreas com características originais do cerrado que podem ser desmatadas.
Segundo o coordenador de políticas públicas de ISPN, Nilo D'ávila o efeito sobre a Amazônia seria indireto, por ser uma região de clima desfavorável a produção de cana. E de acordo com entidades ligadas ao setor canavieiro o desmatamento seria “insignificante”, pelo fato da produção ter aproveitado áreas destinadas á pecuária.

Análise Crítica
Toda atividade produtiva deve promover a geração de trabalho e renda de forma sustentável, inclusiva e participativa, considerando as características locais, de natureza econômica, social, política e ambiental. O autor demonstrou preocupação com o cerrado, segundo bioma mais ameaçado de desmatamento e muitas vezes esquecido nas questões ambientais em comparação com a mata atlântica. . Na matéria ficou claro a ameaça da produção canavieira ao cerrado, devido principalmente à febre dos biocombustíveis. Num texto complementar á matéria, também fica esclarecido que a preocupação com os efeitos sobre a Amazônia por parte dos ambientalistas não é justificável devido ao clima desfavorável e ao fato do aproveitamento de áreas antes destinadas á pecuária. A matéria traz dados numéricos concretos feitos por órgãos dedicados a questões ambientais sobre o quanto a produção de cana avançou em diversos estados brasileiros do sudeste e centro-oeste.

sábado, 5 de abril de 2008

Oceano de Plástico


Autores: Paula Neiva e Roberta de Abreu Lima
Revista Veja Edição 2050 de 05 de março de 2008

Resumo
Estudos realizados pelo Greenpeace relatam sobre a poluição dos oceanos produzida pelos seres humanos, mais especificamente sobre a poluição decorrente da elevada concentração de plástico nos mares. Os mais afetados por essa poluição são os pássaros e mamíferos marinhos que se alimentam desses resíduos julgando tratar-se de alimentos.
Vale ressaltar o caso do atol de Midway, próximo ao Havaí, onde, devido às correntes marinhas, é despejado diariamente o entulho plástico proveniente do Japão e da costa Oeste dos Estados Unidos. Isso faz com que todo ano, metade dos 500.000 albatrozes que lá nascem, seja morta devido à ingestão de plástico.
O problema maior não são os plásticos comuns, são os pellets, bolinhas quase invisíveis utilizadas como matéria prima pelas indústrias, que envenenam os cardumes que a ingerem.
Conclui-se que os oceanos estão sendo degenerados pela ação humana, restando apenas 4% de águas não poluídas em todo o mundo.

Análise crítica
A matéria é expositiva, ou seja, coloca os fatos para que o leitor tenha conhecimento dos mesmos. Nesse tipo de reportagem, a crítica fica implícita nos fatos expostos e na maneira em que são colocados. Supõe-se que matérias expositivas sejam imparciais mas, diante dos olhos do leitor mais atento até mesmo nesta espécie jornalística é possível detectar algum resquício de parcialidade.
Obviamente, visto que o conteúdo condena a degradação ambiental, não se espera que o agente poluidor tenha qualquer razão plausível para realizar tal ato evidentemente condenável. Porém, na matéria, empresas consideradas poluidoras, apesar de não terem seus nomes explicitados, são conhecidos do publico mais bem informado, e estas não tiveram espaço para colocar seus porquês. Isso, por si só, apesar de algo levemente subjetivo, pode ser considerado uma lacuna na reportagem devido ao fato de a outra parte envolvida não ter sido ouvida.
A matéria pode sim ser considerada conservadora. Isso porque não foi feita nenhuma grande denuncia, não foi citado o nome de nenhuma empresa e não reputou a algum empresário especifico.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Campo Neutro


Autora: Fátima Sá
Revista O Globo - 02 de março de 2008

"Plantar árvores para compensar as emissões de Carbono virou mania. Consciência ecológica ou Marketing?"

Resumo
Atualmente empresas dos mais diversos setores e tamanhos e até mesmo cidadãos comuns tentam limpar a barra com o meio ambiente. E a mais nova solução para compensar as emissões de carbono é o plantio de árvores. Parece simples, mas não é. Por se tratar de uma atividade voluntária, não há fiscalização, também não há regras para saber quantas árvores devem ser plantadas, não há acompanhamento a respeito do plantio e crescimento dessas mudas.
Nos últimos anos, várias consultoras passaram a se dedicar a fazer este inventário, até mesmo na internet, vários sites calculam a emissão de poluentes. O problema é que os números diferem bastante entre eles. Isso ocorre porque fatores como tipo de energia ou combustível por exemplo não são levados em consideração.
Segundo especialistas, a tendência é que o mercado aprenda com os próprios erros. Hoje existem empresas que desenvolvem projetos de energia não-poluentes e neutralização das emissões de carbono e já existem procedimentos para orientar o setor.

Análise crítica
A industrialização e o aumento populacional contribuiram para aumentar sensivelmente os níveis de poluição em todo o planeta. O desmatamento indiscriminado, a emissão de poluentes no ar e nas águas fizeram com que o planeta Terra sofresse conseqüências inesperadas. Com isso o ser humano viu que os recursos renováveis da terra não eram infinitos, e que algo deveria ser feito para reverter os efeitos de tal situação.
Ser ecologicamente correto compensando a emissão de Carbono (CO2) na atmosfera passou a ser fonte de trabalho para empresas ligadas à preservação ambiental e ao reflorestamento.
Hoje os cidadãos que têm consciência ecológica preferem optar por produtos e empresas que fazem sua parte, não agredindo o meio ambiente e investindo recursos para restabelecer o que a empresa possa ter degradado.
A autora foi coerente com suas idéias e crítica com empresas que querem tirar proveito até mesmo de situações tão sérias, que afetam todo o planeta. A cada cidadão cabe fazer sua parte, reciclando, e economizando água, energia e estando sempre bem informado a respeito dessas atitudes ecologicamente corretas das empresas serem verdadeiras ou uma simples questão de marketing.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Responsabilidade Ambiental

Hoje é impossível não pensarmos nos impactos de quaisquer que sejam nossas ações, desde o simples jogar de lixo num lugar inapropriado, a opção por este ou aquele produto de empresas responsável ambiental ou não. Por isto que o paradigma da responsabilidade ambiental atua com força nunca antes vista, não se trata de pura ação de marketing e/ou publicidade, se trata do nível de preparação da cama onde mais tarde nós repousaremos. Ser responsável social não apenas é investir na seguridade de sua empresa, mas também investir na seguridade ocasional de crescimento dela. O ambiente é onde, invariavelmente, a organização fixa suas bases, não cuidar deste ambiente seria amedrontar o futuro da mesma.
Existem várias formas de contribuir com a conservação do meio ambiente, e não é privilégio das empresas esta incumbência, podemos desde contribuir com a reciclagem de resíduos que perdurariam por anos ou até mesmo séculos se jogados aleatoriamente por ai, a garantir o uso racional dos recursos naturais evitando a todo custo o desperdício e finalmente optar por produtos de empresas com selos verdes que intuam sua responsabilidade ambiental. Atualmente existe empresas que preocupam-se verdadeiramente com as causas da preservação, que fazem da responsabilidade ambiental parte de sua estratégia de desenvolvimento de produtos e processos. Como por exemplo, a Philipis que incentiva maciçamente a reciclagem dentro de suas dependências e investe cada vez mais em produtos de baixo impacto ambiental.
Outro bom exemplo que podemos citar é o da rede de abastecimento de combustíveis Ipiranga que recentemente lançou um cartão de neutralizações de carbono, segundo a Ipiranga o abastecimento pago com este cartão garante a neutralização das emissões de CO2 (gás carbônico) de seu veiculo com o plantio equivalente de árvores necessárias para a absorção do referido gás da atmosfera - o gás carbônico é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, fenômeno que contribui para o aquecimento global. A Mazda planta 5 árvores para cada carro Demio vendido no mundo desde de 1998, bancos como o HSBC compram créditos de carbono em face de investimento de neutralização de carbono. Empresas que não contribuem neste âmbito estão fadadas ao constrangimento publico e a desvalorização de sua imagem perante seus interessados.
Ser ambientalmente responsável gera percepção positiva como empresa cidadã, e contribui para o desenvolvimento sustentável, ganha em competitividade pelo reconhecimento de seus clientes e consumidores.
Qualquer produto, ou serviço pode ser ambientalmente responsável, basta que para tanto haja o interesse na ação do mesmo. Com estas atitudes o mundo e nossa sobrevivência terão garantia de continuidade.