sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Resenha dos Capítulos VII A X (pág. 123 a 172)


Referência bibliográfica do livro:SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.

Foi na Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente(Rio 92), que surgiu a idéia de definir padrões sustentáveis de desenvolvimento considerando a tríade eqüidade social, prudência ecológica e eficiência econômica, levando em consideração aspectos ambientais, econômicos, sociais, éticos e culturais.
Embora que difíceis de estabelecer, até porque a preocupação em mensurar o que é sustentável é relativamente recente, os indicadores de sustentabilidade não são apenas necessários, mas indispensáveis para fundamentar decisões em diversas áreas de atuação dos agentes em nível local, regional e nacional.
Não obstante a necessidade de quantificar a informação que servirá de base para a análise e implantação de medidas que visam a melhora do nível ou padrão de sustentabilidade de um determinado extrato(cidade, região, país), o uso de índices e indicadores é matéria ainda não pacificada entre os estudiosos, pois, mesmo sendo inegável que há vantagens no uso dessas ferramentas, não podemos, por outro lado, esquecer as desvantagens que se fazem presentes, tais como: dificuldade em traduzir matematicamente os parâmetros selecionados, perda relativa de informação no processo de agregação de dados e dificuldade na aplicação em determinadas áreas como o ordenamento do território e paisagem. Para minimizar esses problemas, Bossel (1999), desenvolveu um modelo em que são consideradas variáveis como eficiência e eficácia, liberdade para promover alterações, adaptabilidade e segurança entre outros. Para isso, Bossel estabeleceu questões-chave relacionadas a essas variáveis na forma de perguntas:
Há mensurações relevantes(eficiência/eficácia)? Existe a necessária liberdade para responder a mudanças(liberdade para promover alterações)? Pode ser adaptável a desafios(adaptabilidade)? É seguro e estável(segurança)?
Dada a importância cada vez maior de um conceito de desenvolvimento sustentável, os indicadores de sustentabilidade devem permitir vigilância, comunicação e acessibilidade da informação técnica e científica para diferentes grupos de usuários, permitindo-lhes traçar uma perfeita correlação de causa e efeito em eventos e contextos aparentemente diferentes. Integrar um número elevado de informações multidisciplinares, de forma coerente, para um público não especialista, é o grande desafio para o desenvolvimento de um sistema de indicadores enxutos e sintéticos, capazes de comunicar realidades complexas de forma resumida.
Informar bem, usando indicadores simples ou complexos, implica em responder às expectativas e reivindicações dos diversos stakeholders, mostrando-lhes, de forma a mais precisa possível, que os resultados foram atingidos conforme estratégias previamente definidas.
As melhores práticas para se alcançar esses objetivos ainda deverão ser descobertas. Hoje ainda estamos sistematizando os conceitos e as informações e estabelecendo padrões que deverão ser aperfeiçoados pela troca de informações e experiências para que tenhamos um modelo mais adequado de mensuração da sustentabilidade.
Talvez o maior desafio aqui seja simplificar sem restringir o essencial, pois os indicadores de sustentabilidade devem integrar as diversas dimensões que a envolvem: cultural, espacial, econômica, social e ambiental e a interdependência entre essas variáveis.

fonte: Jornal "Valor Econômico", ed. 2118, ano 9, 20.10.2008, pág. G2

Resumo
Já está em fase de avaliação jurídica no Ministério do Trabalho e Emprego(MTE) a proposta do texto normativo que definirá um Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário. Buscando metodologia semelhante a utilizada para a regulamentação da agricultura orgânica, os agentes envolvidos pretendem que o texto seja rapidamente transformado em lei.Bastante discutido desde 2002 em seminários nacionais, regionais e estaduais, em consultas públicas, debates, feiras e encontros de economia solidária e agricultura familiar, em 2006 foi criado Grupo de Trabalho para redigir a proposta que ora está em análise.Embora que já tenha cerca de quatro décadas como alternativa de parceria negocial, o comércio justo foi inicialmente utilizado por varejistas quando criaram as centrais de compras. A partir dos anos 1980 a expansão dessa modalidade de comércio levou a criação de diversos selos de certificações para identificar produtos feitos por cooperativas e associações. Em conseqüência os negócios extrapolaram fronteiras e o intercâmbio internaiconal de mercadorias produzidas e comercializadas dessa forma aumentou, atraindo a atenção de grandes redes como a Wal-Mart.Diversos atores sociais foram então atraídos para promover apoio a grupos de produtores, incentivando o manejo sustentável da produção. Produtos como o mel, sacos de lixo e panos de prato estão entre os de maior demanda na Rede Pão de Açúcar, mantenedora do programa Caras do Brasil que apóia cerca de 87 comunidades que fornecem para 37 lojas do grupo. O programa movimenta cerca de R$2 milhões, bem mais que os hoje modestos R$167 mil quando de sua implantação.Infelizmente as pesquisas têm demonstrado que a informação no ponto de venda ainda deixa a desejar porque os varejistas entendem que o formato e o retorno dessa forma de comercialização ainda não justificam investimentos em publicidade. Isso deixa o consumidor sem informações suficientes sobre a produção e comercialização desses produtos. Talvez por isso o estímulo ao desenvolvimento de produtos e serviços sustentáveis seja insuficiente para o aumento de sua produção já que seus diferenciais , por falta de informações, não são facilmente percebidos pelo público consumidor, fato que nivela esses produtos e serviços com aqueles produzidos/comercializados sem a observância de parâmetros de sustentabilidade.

Análise crítica
Entendemos que a sustentabilidade, com tudo que ela envolve, começa a sair do modismo, mais restrito a um grupo pequeno e específico de pessoas, e torna-se, a passos largos, preocupação cotidiana de uma parcela cada vez maior da população.No entanto, todo o esforço para alcançar, de forma rápida, mais e mais extratos da população consumidora, pode se esboroar na falta de clareza das informações a respeito da forma de produzir e comercializar bens e serviços ambientalmente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis. Definir claramente os indicadores a serem observados no processo produtivo e de comercialização não interessa somente a quem produz. É fundamental mesmo que todos os agentes sociais sejam informados, de forma clara, a respeito desses indicadores observados no processo de produção e comercialização, fatores que, sem dúvida irão colaborar para o círculo virtuoso do consumo consciente. Como grande parte dos produtores de bens e prestadores de serviços são de mini, micro e pequenos, o desafio das organizações parceiras é estabelcer índices e indicadores facilmente inteligíveis e aplicáveis.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Resenha dos Capítulos V e VI (pág. 89 a 121)


Referência bibliográfica do livro:SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.


O capítulo V trata da relação entre economia e desenvolvimento sustentável visando à construção de uma sociedade mais justa no decorrer do tempo. Para isso procurou-se relacionar os interesses econômicos com os interesses dos demais aspectos apresentados no conceito de sustentabilidade, sugerindo alternativas sustentáveis para os diversos dilemas e paradoxos que envolvem a interface dos interesses econômicos com a saúde, a educação, a cultura e o meio ambiente.
No cenário atual a qualidade de vida é frequentemente sacrificada em nome de uma noção vagamente definida de progresso. As decisões relacionadas ao uso dos recursos são tomadas em benefícios de alguns poucos em curto prazo, ao invés de todos, em longo prazo. Deve-se portanto buscar a harmonia entre os setores da sociedade, de modo local e depois globalmente. De fato, em um mundo que se transformou numa aldeia global, cooperação é o único meio de sobrevivência.
O equilíbrio entre a dimensão econômica e as demais dimensões da sustentabilidade surge como uma alternativa absolutamente fundamental para a manutenção de vida. Portanto, deve-se incentivar a tomada de ações que tragam resultados palpáveis, que permitam o progresso econômico e o aprimoramento da qualidade de vida das pessoas, sem prejudicar as futuras gerações.
O capítulo VI discute a relação entre sustentabilidade e educação, fazendo paralelos desta com as dimensões econômicas, espacial, cultural e da saúde. Os progressos alcançados pela sociedade do conhecimento, o esgotamento de recursos e os danos provocados ao meio ambiente devido ao processo produtivo, na busca de enriquecimento fizeram no mínimo questionar os modelos econômicos atualmente empregados.
As distorções causadas pelos modelos adotados acabam por fazer emergir problemas sociais graves tais como a pobreza, a fome, a miséria e que acabam por traduzir-se em violência, perceptíveis em todas as camadas sociais. Para que ocorra essa transformação, no modelo econômico, ou para ao menos garantir essa sustentabilidade é que a educação desempenha um papel fundamental em todas as camadas da população. A educação diz respeito a todos e no decorrer de toda a vida.
O surgimento de um novo paradigma educacional na sociedade do conhecimento pôs à mostra as interfaces da educação com as demais dimensões da sustentabilidade. Com base em uma nova visão de educação, surgem propostas e preocupações que podem assegurar o desenvolvimento de uma região de forma holística, total, integrada. As leis, projetos e decisões devem ser adotados, alicerçados nessas perspectivas. Não há ações independentes, pelo contrário, a preocupação em perceber as interfaces será condição para eficácia das medidas adotadas.

Matéria: Desmatamento gera mais perdas para economia do que mercados, diz estudo
http://www.folha.com.br/
Richard Black da BBC News
10 de outubro de 2008

Resumo
Segundo a matéria publicada por Richard Black da BBC News a economia vem tendo perdas maiores com o desmatamento do que com a crise econômica nos dias de hoje. Isto porque quando as florestas são destruídas, a natureza pára de fornecer serviços que normalmente oferecem de graça como água limpa e a absorção do dióxido de carbono.. Sendo assim o homem tem de passar a produzir tais serviços seja pela construção de reservatórios ou de estruturas para seqüestrar dióxido de carbono ou áreas para o plantio que antes estavam disponíveis naturalmente. Como sempre, os mais atingidos pela degradação do ambiente são os mais pobres.

Análise Crítica
Os arguementos apresentados na matéria vem de encontro aos fatos citados pelo autor do livro. Enquanto de um lado temos os economistas que defendem o uso dos recursos naturais para alavancar o desenvolvimento econômico, temos do outro lado os ambientalistas que defendem a preservação dos recursos naturais, que são escassos, com foco na preservação das vidas futuras. É preciso buscar-se um ponto de equilíbrio entre desenvolvimento e preservação. Uma possibilidade seria o estabelecimento de políticas de geração de riquezas, tendo como base o risco de exaustão total que os recursos escassos têm. Como a implantação dessas políticas é feita de forma lenta, seria interessante o fortalecimento de programas como a reciclagem do lixo, o reflorestamento, o controle da emissão de CO2, etc.