sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Resenha dos capítulos III e IV (páginas 48 a 87)

Referência bibliográfica do livro:SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.


Capítulo III - A questão espacial do desenvolvimento sustentável: caraterísticas e limitações
O conceito de sustentabilidade espacial refere-se à capacidade de suporte do planeta ,ante o crescimento desenfreado da população e suas conseqüentes características como a ocupação irregular do espaço , migração, entre outros fatores. A degradação ambiental por conta da ocupação desordenada do espaço urbano tem como conseqüência a perda da qualidade de vida dos cidadãos. Alguns autores referem-se à sustentabilidade espacial como a capacidade de promover o equilíbrio entre o meio rural e o urbano , a fim de evitar os impactos negativos da hiperurbanização , priorizando novas formas de civilização, alicerçadas no uso sustentável de recursos renováveis. Os autores do livro dividem o meio ambiente de uma comunidade em:
Ambiente Natural : solo, água, ar, flora e fauna.
Ambiente Cultural: integrado pelo patrimônio artístico, histórico, turístico, paisagístico e espeleológico (estudo e exploração das cavidades naturais).
Ambiente Artificial: formado pelo espaço urbano construído, ruas , praças, áreas verdes, etc.
A sustentabilidade espacial, de acordo com os autores , significa usar o território em conformidade com as suas reais potencialidades desconcentrando a população das metrópoles para o espaço rural ,apoiando de forma diferenciada as regiões com maior concentração de pobreza e menor ritmo de crescimento econômico. “Uma sociedade sustentável é projetada de tal forma que seu modo de vida, seus negócios, sua economia, sua estrutura física ,sua tecnologia não interfiram com a inerente habilidade da natureza em manter a teia da vida”(CAPRA,2005).Os deslocamentos do potencial de trabalho para as regiões metropolitanas criaram o fenômeno grangrenado da marginalização–desemprego, subemprego e favelização.
No capítulo IV os autores dissertam sobre a aplicabilidade das normas constitucionais e o papel do Estado conforme os direitos assegurados no Artigo 225 : “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado ,bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida , impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Conquistar e manter o desenvolvimento sustentável significa construir sociedades que satisfaçam suas aspirações e necessidades no presente, sem diminuir as chances de iguais privilégios para as gerações futuras. Portanto,o desenvolvimento sustentável é um direito humano fundamental e o Estado tem o dever de atuar positivamente na sua realização, por meio de políticas públicas que satisfaçam as suas diversas dimensões previstas na Constituição. O conceito já consagrado mundialmente deve ser sempre lembrado: pensar globalmente e agir localmente. E ressaltando os ensinamento do Cacique Seattle - “Tudo está relacionado entre si. Tudo o que fere a terra , fere também os filhos da terra”.

Matéria : Trinta anos de abandono
http://www.vivafavela.com.br/
Autor: Walter Mesquita – 23/09/2008
Resumo
A matéria retrata a vida de moradores da favela da Fazendinha no Complexo do Alemão, com suas cenas rotineiras de uma comunidade esquecida pelo Poder Público.
A reclamação constante dos moradores é igual a de os moradores de outras favelas brasileiras – descaso. A Fazendinha conta até com uma Associação de Moradores que briga por melhores condições para a comunidade.
A matéria sustenta e ilustra a tese defendida no livro de que uma ocupação desordenada acarreta problemas sérios de difícil solução e que junto ao desenvolvimento sustentável do meio ambiente não podemos nos esquecer do desenvolvimento social do ser humano. O primeiro depende muito do segundo. Para ajudar os moradores da Fazendinha a EMOP,empresa responsável pela obras do Programa de Aceleração do Crescimento já acenou com a revitalização do lixão da favela e pretendendo transformar em horta comunitária gerando assim ,além dos benéficios ao meio ambiente e à saúde , emprego e renda.

Análise Crítica
A migração para os grandes centros está ligada historicamente às péssimas condições de vida existentes na zona rural. Essas condições se originam em função de uma estrutura fundiária bastante concentrada, dos baixos salários pagos ao trabalhadores , da falta de apoio aos pequenos agricultores, etc . Dessa forma há uma grande transferência de população para as cidades criando uma série de problemas urbanos.
O crescimento das cidades nos países subdesenvolvidos ,além de muito concentrado espacialmente ,foi rápido e desordenado. Como a capacidade de absorver uma quantidade grande de migrantes é pequena ,o desemprego se torna cada vez maior e o subemprego é a saída para milhares de pessoas que vivem na informalidade. Com os baixos rendimentos e sem condições de pagar por moradias dignas , proliferam-se as favelas, os cortiços, os abrigos debaixo de pontes e viadutos. É a face mais visível do crescimento desordenado . Cria-se assim, um meio social extremamente favorável à violência urbana.
Portanto, a sustentabilidade espacial preconiza principalmente que haja mais preocupação com o uso correto do território e com atitude crítica de que é necessário parar de forma rápida o crescimento desordenado das metrópoles e procurar soluções inovadoras para os problemas já existentes nas mesmas ,equacionando o meio urbano e meio rural.
A sustentabilidade não é só ambiental .É preciso repensar a situação real e entender que o espaço em que vivemos é resultado de como vivemos. Se há harmonia entre meio ambiente e o ser humano , a sustentabilidade se torna fácil .O estudo e o entendimento da ecologia urbana é só o começo para evitar o colapso nas cidades.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Resenha dos capítulos I e II (páginas 15 a 47)


Referência bibliográfica do livro:
SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.

O livro se propõe a discutir a interação das dimensões do desenvolvimento sustentável enfocando sua interdependência para a sustentação de um modelo analítico. Não deixa de registrar também a dificuldade em lidar com o desenvolvimento sustentável. A interação ocorre devido a dependência entre as dimensões que envolvem o tema. Um dos vários exemplos que se pode citar é a relação entre saúde e economia. É preciso investir em saúde, mas para isso é preciso possuir recursos da economia. Contudo, a saúde condiciona o ritmo da economia e é condicionada por ela. Portanto, o tema é complexo, interdependente, com diversas variáveis que se inter-relacionam.
O primeiro capítulo expõe as bases do modelo analítico de acompanhamento e avaliação do desenvolvimento sustentável, na forma de um roteiro para monitoramento contínuo com a comunidade. O modelo parte de três pressupostos: integrar as dimensões, ser um processo adaptativo e ocorrer em um determinado local.
O segundo capítulo trata da definição de cultura e sua interação com as outras dimensões. Quanto á dimensão cultural do desenvolvimento sustentável, o conceito de cultura possui relação com proximidade, com o ambiente geográfico, com o local. Cultura se identifica com uma certa delimitação de espaço, de conhecimento ou de agrupamento social. Neste capítulo aprofunda-se nos conceitos de cultura e diversidade cultural, sem se esquecer das dimensões propostas para o desenvolvimento sustentável, demonstrando sua importância para a sustentabilidade. O termo cultura é tratado e interpretado sob os conceitos das diferentes ciências, especialmente pela filosofia, antropologia e sociologia. De uma forma múltipla, mostra sua diversidade e abrangência que influencia sobremaneira o desenvolvimento de uma comunidade.
“A sustentabilidade cultural relaciona-se com a capacidade de manter a diversidade de culturas, valores e práticas no planeta, no país e/ou numa região , que compõem, no decorrer do tempo, a identidade dos povos”. ( Agenda 21 da Cultura. Barcelona, maio de 2004).
Trata-se também da Agenda 21 da Cultura, de forma positiva relaciona sua importância na condução das políticas de desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 proclama a diversidade cultural como necessidade básica e traz diversas recomendações para os governos locais, estaduais, federais e organizações internacionais.
No que se refere a dimensão cultural do desenvolvimento sustentável e sua interação com outras dimensões, a obra expõe de forma clara e precisa todas suas facetas, juntamente com as políticas públicas que garantem e viabilizam sua execução na prática, e é com certeza fator fundamental para o desenvolvimento sustentável das cidades e regiões.
Finalmente, expõe o valor da diversidade cultural e como lidar com ela, do ponto de vista econômico, ambiental e social deixando claro que o importante é buscar o equilíbrio entre todas as dimensões que envolvem o desenvolvimento sustentável.

Matéria: “Condomínio ‘verde’ leva multa por cortes de árvores” e
“ Diretor de condomínio ‘verde’ diz que área era degradada”
Folha de São Paulo de 01/09/2008
Autor: José Ernesto Credêndio

Resumo
A matéria trata de uma multa aplicada pela prefeitura da cidade de São Paulo a um megaempreendimento imobiliário na capital paulista por ter cortado árvores para execução do projeto. A área é proporcional a de alguns bairros da zona sul e um dos apelos dos empreendedores é justamente a preservação do ambiente.
Porém, o diretor do empreendimento diz que a área já era degradada e que as árvores cortadas serão repostas no programa de compensação entre a empresa e a prefeitura. Além disso, ele argumenta que se enquadrará na agenda ambiental da Secretaria do Verde e do meio ambiente – um tipo de protocolo no uso de técnicas e materiais que diminuem o impacto ambiental.

Análise Crítica
A primeira parte da matéria trata do assunto como um desrespeito ao meio ambiente. Mostra a força do capitalismo para a execução de projetos milionários, que causam grandes danos ao ambiente. Já na segunda parte mostra todas as justificativas por parte da empresa que diz seguir as normas impostas pelos órgãos públicos.
Para nós, que estamos acostumados a ver cada vez mais a degradação do meio ambiente, fica a impressão de que é mais uma polêmica em que prevalecerá a força do capital, infelizmente.
Os fatos apresentados na matéria sustentam o que o livro propõe no que se refere a legislação e ao próprio meio ambiente, ou seja, cultura e espaço. Assim como no livro, leis sobre o assunto não faltam, porém o que sobram são justificativas e ‘jeitinhos’ para não cumpri-las.