quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Resenha dos capítulos I e II (páginas 15 a 47)


Referência bibliográfica do livro:
SILVA, Christian Luiz da Silva (organizador). DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda, 2006.

O livro se propõe a discutir a interação das dimensões do desenvolvimento sustentável enfocando sua interdependência para a sustentação de um modelo analítico. Não deixa de registrar também a dificuldade em lidar com o desenvolvimento sustentável. A interação ocorre devido a dependência entre as dimensões que envolvem o tema. Um dos vários exemplos que se pode citar é a relação entre saúde e economia. É preciso investir em saúde, mas para isso é preciso possuir recursos da economia. Contudo, a saúde condiciona o ritmo da economia e é condicionada por ela. Portanto, o tema é complexo, interdependente, com diversas variáveis que se inter-relacionam.
O primeiro capítulo expõe as bases do modelo analítico de acompanhamento e avaliação do desenvolvimento sustentável, na forma de um roteiro para monitoramento contínuo com a comunidade. O modelo parte de três pressupostos: integrar as dimensões, ser um processo adaptativo e ocorrer em um determinado local.
O segundo capítulo trata da definição de cultura e sua interação com as outras dimensões. Quanto á dimensão cultural do desenvolvimento sustentável, o conceito de cultura possui relação com proximidade, com o ambiente geográfico, com o local. Cultura se identifica com uma certa delimitação de espaço, de conhecimento ou de agrupamento social. Neste capítulo aprofunda-se nos conceitos de cultura e diversidade cultural, sem se esquecer das dimensões propostas para o desenvolvimento sustentável, demonstrando sua importância para a sustentabilidade. O termo cultura é tratado e interpretado sob os conceitos das diferentes ciências, especialmente pela filosofia, antropologia e sociologia. De uma forma múltipla, mostra sua diversidade e abrangência que influencia sobremaneira o desenvolvimento de uma comunidade.
“A sustentabilidade cultural relaciona-se com a capacidade de manter a diversidade de culturas, valores e práticas no planeta, no país e/ou numa região , que compõem, no decorrer do tempo, a identidade dos povos”. ( Agenda 21 da Cultura. Barcelona, maio de 2004).
Trata-se também da Agenda 21 da Cultura, de forma positiva relaciona sua importância na condução das políticas de desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 proclama a diversidade cultural como necessidade básica e traz diversas recomendações para os governos locais, estaduais, federais e organizações internacionais.
No que se refere a dimensão cultural do desenvolvimento sustentável e sua interação com outras dimensões, a obra expõe de forma clara e precisa todas suas facetas, juntamente com as políticas públicas que garantem e viabilizam sua execução na prática, e é com certeza fator fundamental para o desenvolvimento sustentável das cidades e regiões.
Finalmente, expõe o valor da diversidade cultural e como lidar com ela, do ponto de vista econômico, ambiental e social deixando claro que o importante é buscar o equilíbrio entre todas as dimensões que envolvem o desenvolvimento sustentável.

Matéria: “Condomínio ‘verde’ leva multa por cortes de árvores” e
“ Diretor de condomínio ‘verde’ diz que área era degradada”
Folha de São Paulo de 01/09/2008
Autor: José Ernesto Credêndio

Resumo
A matéria trata de uma multa aplicada pela prefeitura da cidade de São Paulo a um megaempreendimento imobiliário na capital paulista por ter cortado árvores para execução do projeto. A área é proporcional a de alguns bairros da zona sul e um dos apelos dos empreendedores é justamente a preservação do ambiente.
Porém, o diretor do empreendimento diz que a área já era degradada e que as árvores cortadas serão repostas no programa de compensação entre a empresa e a prefeitura. Além disso, ele argumenta que se enquadrará na agenda ambiental da Secretaria do Verde e do meio ambiente – um tipo de protocolo no uso de técnicas e materiais que diminuem o impacto ambiental.

Análise Crítica
A primeira parte da matéria trata do assunto como um desrespeito ao meio ambiente. Mostra a força do capitalismo para a execução de projetos milionários, que causam grandes danos ao ambiente. Já na segunda parte mostra todas as justificativas por parte da empresa que diz seguir as normas impostas pelos órgãos públicos.
Para nós, que estamos acostumados a ver cada vez mais a degradação do meio ambiente, fica a impressão de que é mais uma polêmica em que prevalecerá a força do capital, infelizmente.
Os fatos apresentados na matéria sustentam o que o livro propõe no que se refere a legislação e ao próprio meio ambiente, ou seja, cultura e espaço. Assim como no livro, leis sobre o assunto não faltam, porém o que sobram são justificativas e ‘jeitinhos’ para não cumpri-las.

Um comentário:

mari disse...

A responsabilidade ambiental deve ser uma rotina que devemos ter hoje se desejamos um futuro para as novas gerações .Atitudes simples como reciclar o lixo ou fechar uma torneira já é um começo.